Há 202 anos nascia um dos maiores escritores da literatura mundial: Fiódor Dostoiévski. O autor, que é um dos mais célebres do século XIX, deixou um legado que transcende fronteiras e gerações. Suas obras são conhecidas por sua complexidade psicológica, filosófica e exploração da faceta mais obscura da natureza humana.
Este artigo tem o intuito de enaltecer o grande autor e suas obras, vem com a gente e conheça mais sobre a vida de Dostoiévski.
Quem era Dostoiévski?
Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski nasceu no dia 11 de novembro de 1821, em Moscou, na Rússia. Chegou a estudar na Academia de Engenharia Militar de São Petersburgo, mas seu amor à literatura o fez largar a carreira militar para se tornar escritor. Além de ser autor, Dostoiévski também era jornalista e filósofo.
Em 1846 publicou seu primeiro livro “Gente Pobre”, quando tinha apenas 24 anos. Suas obras influenciaram diversos pensadores como Jean-Paul Sartre, Friedrich Nietzsche e Sigmund Freud, que tiveram um impacto significativo em sua escrita, especialmente em relação às questões existenciais e morais.
Em 1847, Dostoiévski se envolveu no combate ao regime de Nicolau I, em que foi preso e condenado à morte, mas no último momento teve a sua pena revertida em uma deportação para a Sibéria, sendo sujeito a trabalhos forçados, além de servir como soldado. Voltou à Rússia após 10 anos do exílio forçado.
Em 1859 retorna para a Rússia completamente transformado pela experiência. As lembranças do cárcere serviram para futuras obras: “Memórias da Casa dos Mortos” e “Memórias do Subsolo”.
Mas é em 1866 que lança a obra que mudou toda sua carreira: “Crime e Castigo”, em que nos aprofundamos na jornada de Raskólnikov, um ex-estudante que comete um assassinato e depois enfrenta um conflito interno avassalador. Neste livro, o autor mergulha em questões muito humanas: culpa, arrependimento, remorso, entre outros temas.
Por essas obras muito profundas, Dostoiévski torna-se o pai do existencialismo na literatura. Suas obras também abrangem questões fantásticas, a sátira e a comédia. O escritor também não hesitava em lidar com as grandes questões políticas e religiosas.
Por ser jornalista, Fiódor também atuou no jornalismo por alguns anos, trabalhando como editor na revista Tempo, Época e redator do jornal O Cidadão, em que foi colunista do Diário de um Escritor.
Um ponto marcante de sua carreira jornalística foi o fato de ter sido o único a escrever e também editar a publicação, caso inédito até então.
Pouco antes de morrer, começa a escrever o livro que é considerado sua obra prima, “Os Irmãos Karamázov”, em que explora questões de moralidade, espiritualidade e relacionamentos familiares por meio da história dos irmãos Karamazov.
Fiódor Dostoiévski faleceu no dia 9 de fevereiro de 1881 em consequência de uma hemorragia pulmonar, provavelmente causada por um enfisema.
O escritor é uma figura monumental na literatura mundial. Sua habilidade de mergulhar nas profundezas da psicologia humana e explorar questões filosóficas e morais o torna um autor inigualável.
Suas obras continuam a cativar leitores e provocar reflexões sobre a condição humana, garantindo que seu legado permaneça intacto através das gerações. Se você ainda não leu Dostoiévski, não perca a oportunidade de se aventurar em seu mundo único literário e impactante.
Explore a maior obra de Dostoiévski de maneira envolvente e imersiva através da produção da Tocalivros em formato de audiolivro
Crime e Castigo
Em um dos maiores clássicos da literatura mundial, traduzido direto do russo para este audiolivro. Escrito por Dostoiévski entre 1865 e 1867, seu escrito mais importante conta a história de Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de São Petersburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria: grandes homens, como César ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História.
Este ato desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para preservar sua dignidade contra as várias formas da tirania.
Conheça as outras obras de Dostoiévski
Os irmãos Karamázov
Os irmãos Karamázov, o último romance criado por Fiódor Dostoiévski, foi concluído pouco antes de sua morte e é considerado sua obra-prima. A história se desenvolve em torno do assassinato de um homem pelo próprio filho. O enredo policial, no entanto, é apenas o ponto de partida de um dos livros que mais avançam na compreensão do ser humano. Concentrando em cada um dos quatro filhos do velho Karamázov uma qualidade humana, Dostoiévski reflete os problemas da Rússia do século XIX e apresenta um painel dos dramas universais.
Notas do subsolo
Considerado o livro precursor do existencialismo, Notas do subsolo traz um dos personagens mais notáveis da literatura. O narrador anônimo é um ex-funcionário público que, de modo desafiador, se retira para uma existência subterrânea. De lá, ele rabisca uma narrativa apaixonada, obsessiva e contraditória que serve como um ataque ao utopismo social e uma afirmação da natureza essencialmente irracional do homem.
Memórias da Casa dos Mortos
Inspirado no período em que Dostoiésvki passou na prisão de Omsk, Memórias da Casa dos Mortos narra a rotina de Alieksandr Pietróvitch, assassino confesso da própria mulher, em uma prisão de trabalhos forçados na Sibéria do século XIX. Fundamental na trajetória literária do autor, a obra expõe, com o realismo crasso, típico de sua poética, os dilemas vividos pelos presos: a privação do direito de ir e vir, a fome, o frio, o trabalho pesado e inútil, os maus-tratos e a solidão.
Além disso, é base para a elaboração da mente de vários célebres criminosos nos livros posteriores do autor. Neste romance, Dostoiévski faz do presídio a metáfora de uma sociedade brutal e opressora, levando o leitor a refletir sobre as suas próprias questões na sociedade contemporânea.
O eterno marido
Publicada em 1869 e escrita entre os conhecidos romances de Dostoiévski, O idiota e Os demônios, esta obra é uma batalha psicológica intrigante e envolvente entre dois homens de meia-idade. Um (Aleksei Ivánovitch Veltchanínov) é amante da falecida esposa (Natália Vassílievna) do outro (Pável Pávlovitch Trussótski). Ou seja: Natália era esposa de Pável, mas também amante de Aleksei. E tem uma filha (Liza). De quem? Uma história trágica, triste e às vezes engraçada. Engraçada pela incapacidade das pessoas de mudar. Não existe outro escritor que consegue sondar as profundezas de uma consciência culpada melhor do que Fiódor Dostoiévski.
Jornalista e Especialista em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais, faz parte da equipe de Marketing da Tocalivros. Ama literatura latino-americana e brasileira, sendo entusiasta de tudo que envolve nossa região.