Igual ele Nunca Mais — a curta vida eterna de Edgard Allan Poe

Igual ele Nunca Mais — a curta vida eterna de Edgard Allan Poe

Era um pássaro preto. Um corvo imponente maior do que a vida em sua imagem intrigante da morte. Fascinante no imaginário. Por si só me fazia questionar.

Foi assim, olhando os desenhos ilustrados de um corvo, que fui apresentado a Edgard Allan Poe. As imagens se juntaram com as histórias de um escritor prodígio, um garoto órfão, com atritos com seu pai adotivo, vida de perdas – e de sua própria morte aos 40 anos. Um poeta enigmático e mal compreendido, um escritor sombrio e que revelava o íntimo da alma em suas histórias fantásticas. Um filósofo e pensador contemporâneo.

Aos 16 anos abri pela primeira vez um livro deste escritor estadunidense de talento precoce revelado na adolescência, preciso na produção jornalística e ensaística, além do brilhantismo de sua prosa de ficção. Autor, poeta, editor, crítico literário, um dos primeiros a trazer a narrativa detetivesca para as narrativas, e o autor que recriou o conto gótico – tornando-se o mais importante escritor do gênero de terror do Ocidente.

Genial e maldito, o mestre dos mestres da literatura fantástica. Sim! É ele. Tudo que conhecemos hoje como terror começou a ganhar forma a partir da obra de Poe. “O Corvo”, claro, foi minha primeira leitura.

Nascido em 19 de janeiro de 1809, em Boston, quando tinha um ano de idade seu pai abandonou a casa e, no ano seguinte, sua mãe faleceu. Adotado por John Allan (daí o sobrenome) foi para Europa estudar – de 1815 a 1820, esteve em instituições de ensino na Escócia e na Inglaterra.

Em 1827, já nos Estados Unidos, publicou seu primeiro livro de poesia, Tamerlane, e a partir daí se jogou na escrita. Autor, poeta, editor, crítico literário, tudo o que hoje conhecemos como terror começou a ganhar forma a partir da obra de Poe.

Suas obras foram um marco para a literatura norte-americana contemporânea. Contos do Grotesco e Arabesco (1837) transformaram diversas gerações de escritores do suspense e terror. Os poemas, O Gato Preto (1843), O Corvo e Outros Poemas (1845) e Annabel Lee (1849) são obras imortais.

Desde o século XIX, Poe vem influenciando gerações de escritores dos mais diversos gêneros: Henry James, Franz Kafka, Vladimir Nabokov, Júlio Verne, Oscar Wilde.

Os sombrios Stephen King, Clive Barker e H.P. Lovecraft são discípulos declarados deste que sobrevoa até hoje sobre nós.Nas ruas de Baltimore, em 3 de outubro de 1849, Edgar Allan Poe foi encontrado à sorte. Em enigma, faleceu quatro dias depois. Igual ele “Nunca mais”.

Celebre o legado do grande mestre do terror

13 histórias sombrias de Edgar Allan Poe

13 histórias sombrias de Edgar Allan Poe é uma seleção das principais obras assustadoras do autor que farão com que o leitor se encante com esse que é um dos autores mais importantes e influenciadores da literatura mundial. Da “Queda da casa de Usher”, sem esquecer de “O Poço e o Pêndulo”, essa seleção buscou as histórias mais sombrias e assustadoras do autor. A edição vem acompanhada também das duas traduções do célebre poema “O Corvo”, nas traduções de Machado de Assis e Fernando Pessoa.

Os casos do Detetive Dupin

Este livro traz os três casos do Detetive Auguste Dupin. Iniciando com o célebre Os Assassinatos da Rua Morgue, onde um crime é cometido sem deixar pistas, mesmo com várias testemunhas ouvindo o assassinato. O Detetive Dupin é o único que pode decifrar esse crime, com seu pensamento original e fora do comum. Depois consegue deduzir o que aconteceu com a jovem Marie Roget, aparentemente sem inimigos e sem motivos para ser morta. E finaliza com a genial dedução de onde estaria uma carta roubada capaz de gerar um grande inconveniente para os personagens da história.

Carlos Galego é jornalista e escritor.
Possui dois livros lançados (Transborda e Obsceno Desejo), editor de Poesia de Mim (Vanessa Lima) e Ruídos Urbanos (Ricardo Martins), além de projetos ligados a instalações e e audiovisuais.
É assessor de imprensa e comunicação na Tocalivros.

Carlos Galego

Carlos Galego é assessor de comunicação da Tocalivros, com larga experiência no mercado cultural e de entretenimento. É autor de dois livros e escolhido entre os 20 principais poetas nacionais em 2021 pelo Poetize. Editor de trabalhos como Ruídos Urbanos (de Ricardo Martins), Poesia de Mim (de Vanessa Lima), Vou Ali e já volto! (de Gerson Danelon) e Frases da vida (de Alma Impressa). Se dedica também a artes visuais, e ministra aulas e cursos de comunicação para setor privado, e oficinas de comunicação cultural em Secretarias de Cultura municipais 

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