Um crime ocorre, o grupo de suspeitos é reunido, o detetive investiga e, no final, uma reviravolta surpreendente. Não importa o livro. Muda a paisagem, um ou outro novo personagem, mas ali estamos novamente revivendo o detetive Hercule Poirot, a senhorita “Miss Marple”, o casal Tommy e Tuppence e seu fiel escudeiro, Albert.
Alguns podem criticar, outros pensar em condenação – até eu condenaria –, mas ela é a Rainha do Crime, das artimanhas, dos personagens que seguimos por mais de um século – lendo, relendo e comentando esses verdadeiros ícones dos romances policiais.
Estamos falando de Agatha Christie, a pioneira em muitos aspectos do gênero policial. A mesma que em 1926, ainda casada com o coronel Archibald Christie, desapareceu por 11 dias para depois ser encontrada em um quarto de hotel, com nome falso, desmemoriada do ocorrido e envolta em uma trama cheia de especulações pela mídia – um mistério até hoje.
Mas, se há críticas à sua fórmula de sucesso, aos seus polêmicos títulos ou mesmo ao aspecto moralizador de seus personagens, sobressai sua habilidade em criar tramas engenhosas, enredos envolventes, sua capacidade de penetração no grande público e seu impacto duradouro na cultura popular. Britânica do século XX, nasceu em 15 de setembro de 1890 em Torquay, cidade costeira no condado de Devon, em um ambiente de classe média-alta inglesa, educada praticamente em casa pela sua mãe, que, orgulhosa, mostrava o primeiro poema da jovem aos 10 anos – a criativa menina que amava escrever, mesmo mostrando real interesse por romances policiais só no período da Primeira Guerra Mundial, quando ainda era enfermeira voluntária em um hospital militar.
Agatha Christie escreveu mais de 80 romances, contos e peças teatrais, com adaptações de muitos títulos para o cinema e televisão. Protagonizados por Poirot foram mais de 50 contos, fazendo dele um dos detetives mais amados do mundo. Vale conferir “O Assassinato de Roger Ackroyd” (1926) e “Morte no Nilo” (1937), sua obra-prima ambientada no Egito, entre as viagens com seu jovem segundo marido, o arqueólogo Max Mallowan, com quem pôde explorar diversos lugares no mundo, em especial o Oriente Médio, inspirando também títulos como “Morte na Mesopotâmia” (1936) e “Assassinato no Expresso do Oriente” (1934).
Aparecendo pela primeira vez em “O Assassinato na Casa do Pastor” (1930), Miss Marple, a idosa solteirona que vive na pequena vila de St. Mary Mead, é outro personagem no banco dos réus por fazer de nós reféns de suas histórias. Intuitiva para resolver crimes só pela observação, livros como “Um Corpo na Biblioteca” (1942) e “A Testemunha Ocular do Crime” (1957) são ótimas leituras para desvendar os mistérios com esta senhorita aguçada por resolver mistérios.
Podem julgar. Hábil na criação de enredos com personagens cativantes, sua carreira veio com o reconhecimento público e várias honrarias, incluindo o título de Dama Comendadora da Ordem do Império Britânico em 1971. Seu veredito por júri popular: a Rainha do Crime é inocente e continua à solta.
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Carlos Galego é assessor de comunicação da Tocalivros, com larga experiência no mercado cultural e de entretenimento.
É autor de dois livros e escolhido entre os 20 principais poetas nacionais em 2021 pelo Poetize.
Editor de trabalhos como Ruídos Urbanos (de Ricardo Martins), Poesia de Mim (de Vanessa Lima), Vou Ali e já volto! (de Gerson Danelon) e Frases da vida (de Alma Impressa).
Se dedica também a artes visuais, e ministra aulas e cursos de comunicação para setor privado, e oficinas de comunicação cultural em Secretarias de Cultura municipais