Todo mês de setembro você já deve ter ouvido falar sobre “setembro amarelo” e sua importância, não é? No entanto, você sabe o que significa esse mês e o motivo dele ser tão significativo?
Setembro foi escolhido para a conscientização sobre saúde mental e a prevenção ao suicídio, além de temas como ansiedade e depressão. Descubra mais sobre essa importante causa e explore nossa seleção de livros recomendados para aprofundar seu conhecimento sobre o assunto.
O que é setembro amarelo?
Setembro Amarelo é uma campanha dedicada à prevenção do suícido. No Brasil, essa data existe desde 2015, e foi criado pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria. O dia 10 de setembro foi escolhido como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Mas, por que falar de saúde mental é importante?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas cometem suicídio por ano, sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas de 15 e 29 anos. Em todo o mundo, a triste estatística revela que uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos.
Ainda de acordo com a OMS, a ansiedade atinge cerca de 26% dos brasileiros da população, enquanto a depressão afeta 12,7%. De maneira alarmante, o Brasil lidera o ranking mundial de países com a maior proporção de pessoas sofrendo com transtornos de ansiedade.
As causas de tentativa e do próprio suícidio são variadas, mas em grande parte, os transtornos mentais são os principais responsáveis por esse ato. Entre os destaques estão depressão — em maior ou menor grau da doença —, dependência química e esquizofrenia.
Mas outros motivos também podem acarretar esse gesto extremo: perdas de pessoas importantes, fim de relacionamento, preconceito (seja de cor, sexualidade, xenofobia, entre outros), abusos ou crises financeiras.
A importância de falar sobre saúde mental
Saúde mental é um tema cada vez mais recorrente e é de extrema importância abordar o assunto com todas as pessoas, não importando a idade, sexo, raça, classe social… Isso porque a depressão e ansiedade não “escolhe” suas vítimas, podendo afetar qualquer pessoa.
Estar atento para os sinais que pessoas ansiosas ou depressivas dão é o primeiro passo para auxiliar aqueles que enfrentam esse desafio. Estar desinteressado pelos estudos ou trabalho, não estar cuidando da aparência, falta de apetite, ou dizer frases muito relacionadas à morte são alguns dos indicativos que a pessoa do seu convívio está precisando de ajuda.
Outro passo importante é conversar e escutar o que aquela pessoa tem a dizer. Você pode não ter a palavra “certa” para acolher o que o outro está dizendo, mas apenas por escutar sem julgamentos você já está fazendo uma grande diferença. A partir daí, você pode até indicar que a pessoa procure ajuda psicológica ou psiquiátrica.
Em casos extremamente graves, é imprescindível que a família saiba sobre a situação, bem como amigos próximos, para que a pessoa seja acolhida e estimulada a procurar ajuda.
A saúde mental é essencial para o completo bem estar de uma pessoa, sendo tão importante quanto a saúde física. Pessoas mentalmente saudáveis compreendem uma série de emoções, reconhecendo seus limites e sabendo a hora de procurar ajuda profissional se necessário.
Uma seleção de livros para você entender e apoiar a saúde mental
A leitura não apenas auxilia aqueles que enfrentam desafios, mas também proporciona a todos a oportunidade de aprender a lidar com essa questão. Confira algumas recomendações:
Em busca de nós mesmos
Quem sou eu? De onde veio o mundo? O que devo fazer para viver melhor? O que acontece dentro de mim quando me apaixono? Estas perguntas feitas cotidianamente por todos nós têm sido tema de reflexão dos maiores pensadores da humanidade ao longo dos últimos três mil anos e também de investigação científica.
Em busca de nós mesmos apresenta respostas a partir de dois campos de conhecimento distintos: a filosofia (com as ideias de Aristóteles, Platão e Spinoza, entre outros) e as ciências da mente (psicologia e neurociências) e instiga o leitor a chegar a suas próprias conclusões. O diálogo informal de Clóvis de Barros Filho e Pedro Calabrez aproxima a filosofia da ciência, revelando a complementaridade dessas visões. E aproxima ambas do leitor com um texto descontraído e acessível.
Cartas de um terapeuta para seus momentos de crise
Há quanto tempo você não recebe uma carta de alguém? Alexandre é um psicólogo e terapeuta familiar que escreve cartas. Mas aqui elas se revestem de poesia, num encontro da intensidade com a beleza. Os remetentes das cartas são os sentimentos humanos, que chegam para uma conversa honesta e terna sobre como eles cumprem uma jornada viva dentro de cada um de nós. Abra o livro e leia a carta da saudade, da tristeza, do medo e da esperança, entre outras tantas que certamente encontrarão em você o melhor endereço de destino. Estas cartas dialogam com sua sensibilidade, com sua vontade de se aceitar, de viver uma vida mais autêntica e de construir um mundo melhor à sua volta.
Talvez você deva conversar com alguém
De modo geral, buscamos a ajuda de um terapeuta para melhor compreender as angústias, os medos, a culpa ou quaisquer outros sentimentos que nos causam desconforto e sofrimento. Mas quantos de nós já paramos para perguntar: o terapeuta está imune à gama de questões que ele auxilia seus pacientes a superar, dia após dia? A autora best-seller e terapeuta Lori Gottlieb nos mostra que a resposta a essa pergunta traz revelações surpreendentes. Quando ela se vê emocionalmente incapaz de gerenciar uma situação que perturba sua vida, uma amiga lhe faz uma sugestão: talvez você deva conversar com alguém. Combinando histórias reunidas a partir de sua rica trajetória como terapeuta (distribuídas entre quatro personagens inesquecíveis) à sua própria experiência como paciente, Lori nos oferece um relato afetuoso, leve e comovente sobre a universalidade de nossas perguntas e ansiedades, e joga luz sobre o que há de mais misterioso em nós, afirmando nossa capacidade de mudar nossas vidas. Um livro sobre a importância dos encontros, dos afetos e da coragem de todos os que partimos para a aventura do autoconhecimento.
Não aguento mais não aguentar mais
Você sente que a sua vida é uma lista de tarefas infinitas? Fica perdido por horas no feed do Instagram porque está cansado demais para ler um livro? Está atolado em dívidas, sente que está o tempo inteiro trabalhando ou tenta transformar qualquer coisa que te traz alegria em algo que gere lucro? Bem-vindo(a) à cultura Burnout.
Analisando a estrutura social na qual os Millennials foram criados e da qual fazem parte, Anne Helen Petersen desconstrói os mitos que envolvem essa geração e revela como o burnout afeta todos os aspectos de nossas vidas. Unindo uma abordagem sócio-histórica, entrevistas inéditas e uma análise detalhada, Petersen oferece um olhar estimulante, íntimo e esperançoso sobre a vida de uma geração muito difamada.
As vantagens de ser invisível
Manter-se à margem oferece uma única e passiva perspectiva. Mas, de uma hora para outra, sempre chega o momento de encarar a vida do centro dos holofotes.
Mais íntimas do que um diário, as cartas de Charlie são estranhas e únicas, hilárias e devastadoras. Não se sabe onde ele mora. Não se sabe para quem ele escreve. Tudo o que se conhece é o mundo que ele compartilha com o leitor. Estar encurralado entre o desejo de viver sua vida e fugir dela o coloca num novo caminho através de um território inexplorado. Um mundo de primeiros encontros amorosos, dramas familiares e novos amigos. Um mundo de sexo, drogas e rock’n’roll, quando o que todo mundo quer é aquela música certa que provoca o impulso perfeito para se sentir infinito.
A luta entre apatia e entusiasmo marca o fim da adolescência de Charlie nesta história divertida e ao mesmo tempo instigante.
Meus tempos de ansiedade
No dia de seu casamento, Scott Stossel viveu os momentos mais aterrorizantes de sua vida. Ele não foi deixado pela mulher no altar nem mudou de ideia na última hora. Tudo aconteceu nos conformes, exceto pelo fato de que ele passou a cerimônia tremendo de pavor e encharcado de suor. Na noite que deveria ser a mais importante e especial de sua vida, ele só pensava na morte, em desaparecer: ele não estava lá.
A partir de sua própria vivência da ansiedade, o editor da revista Atlantic investiga essa doença que, se não existia como categoria diagnóstica 35 anos atrás, hoje é o mais comum distúrbio mental oficialmente classificado. Embora seja generalizado, o mal permanece uma incógnita, muitas vezes mal compreendido. Trata-se, afinal, de um estado espiritual, um distúrbio neuroquímico, um trauma psicológico? Entre o relato íntimo e a exposição de argumentos de autoridade, o autor nos oferece uma história de todas essas perspectivas, da médica à filosófica, das mais remotas às contemporâneas.
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